Estava
sentado no seu escritório, quando começou a escrever estas linhas:
Em frente de mim, o computador.
Detrás de mim, a parede.
À esquerda de mim, a foto da minha namorada.
À direita de mim, a porta da habitação.
Ouvindo música árabe e amazigh, estou.
Ninguém quer ser louco; claro que não!!
Perdi o sentido de sentir…
Às vezes choro sem querer, mas quando quero chorar não há
gotas!
O que não sabe o que tinha sido, não sabe o que é!
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não
ouve música,
quem não encontra
graça em si mesmo. Morre lentamente…
Passaram
dias, semanas e nada aconteceu. Estava em Rabat, já há 6 anos, sem companheira,
sem amor. Sozinho em casa, sem amigo nem amiga!! Não suporta mais. Precisa de falar
com alguém, seja homem ou animal ou…
Algo mais, não consegue saber
porque todas as meninas fogem dele, quando fala do amor e/ou do sexo, e tem um
sentimento negativo sobre si mesmo…
Num
momento, lembrou-se de escrever um poema à sua amiga, que ainda não existe,
para dar-lhe uns conselhos de amor:
Quero dizer-te muitas
coisas
A tua amizade vale muito,
Quero dizer que se amanhã
deixasses de existir,
Observar-te-ia no céu e cuidar-te-ia…
Quero que saibas que te
adoro muito e isso
é muito importante para mim.
Lembra-te que nunca sabemos
quando deixamos de existir
Por isso quero dizer-te o
último verso do poema:
“Te adoro…te amo…te adoro”
Foi assim que o nosso amigo invisível, como ele pensava, terminou
o seu poema, e também terminou de escrever esse texto…e foi dormir porque,
agora, são 01h41min da
madrugada. Ele quer sonhar e abraçar a sua namorada.
Rabat 08/12/11
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