« Good bay…See you later »
Assim foram as últimas palavras do professor de inglês, antes da sua despedida.
Eram 14h30min da tarde, saímos da faculdade o Mustafa e eu para a residência
dele. Como já estava há muito tempo sem visitar a minha tia Khadija, que mora
em Casablanca, pensei ir naquela tarde a Casablanca. No caminho, comuniquei com
o Mustafa a ideia de acompanhar-me a Casablanca.
— Casablanca…deixa-me ver! Sim,
claro, quero acompanhar-te — respondeu o Mustafa.
— De verdade! Queres ir comigo?
— Claro hombre! — respondeu em
espanhol, com voz firme.
— Vale, mas antes é preciso que vá a
minha casa para mudar de roupa.
— Não, não podes Hicham! Não temos
tempo.
— Vá embora!
Não terminámos a conversação, porque chegámos na porta da habitação do Mustafa.
Na sua habitação encontrei-me com o irmão dele, que chama Miloud; é um
simpático jovem. Saudamo-lo com muito carinho. Depois, pedi ao Mustafa para procurar
a morada do Instituto Camões em Casablanca para visitar o nosso Pr. J.N.C[1]. Copiámo-la, numa
folha branca, com rapidez quando percebemos que já era o momento de partir.
Na chegada a Casablanca, buscámos
um “grande táxi”[2] para ir ao bairro
Molay Rachid, onde mora a minha tia. Receberam-nos com muito carinho, quando
chegámos. Depois da saudação, comecei a falar com a minha tia sobre os meus
estudos e da família. De repente, percebi que estava a falar em Tamazight (a
minha língua materna), que vergonha! Que falta de respeito pelo meu caríssimo
amigo Mustafa.
— Ohhh...desculpa querido amigo, que
falta de respeito! Desculpa-me!
— Não, não faz mal, Hicham, é uma coisa normal — respondeu em português.
Seguidamente, jantámos com o
meu primo Raduan. Depois, agradeci a minha tia por aquele delicioso jantar e
fomos diretamente dormir. Na manhã seguinte, depois de tomar o pequeno-almoço,
partimos a explorar o centro da cidade – que era desconhecida por nós - e fazer
um pouco de turismo.
— Para onde queres que nós vamos?
— Para longe! — respondi sorrindo. Vamos tomar o autocarro N°40 até Al-mdina — Ok, vamos, ali procuramos
onde fica “IC[3], a rua Paris, edifício n°48, Casablanca”. Assim indica a
morada copiada na Net.
Como não conhecíamos muito bem a cidade, perguntámos a todas as pessoas que
encontrámos no caminho sobre o IC. Mas a totalidade não sabia que há um centro
cultural português em Casablanca – toda a gente perguntada foi muito simpática,
não vou esquecer.
— Onde fica o IC, se faz o favor?
— O IC…IC desculpe
mas não o conheço! — respondeu uma jovem.
Depois das idas e voltas na rua Paris, encontrei-me com um carteiro
que nos ajudou a aproximar-nos do IC. Segui as instruções do jovem sem falhar
nem um minuto; Wow!... Wow! Estivemos à volta do IC, mas ninguém o viu. Por fim,
o edifício n°48.
— Mustafa… vem cá. Ali está a
bandeira portuguesa. Subimos as escadas?
— Claro, vamos — respondeu o Mustafa com firmeza.
Encontrámos o IC no 2° andar e
batemos à grande porta sem resposta. De repente, um jovem subiu as escadas e
bateu à pequena porta que está na esquerda.
— Desculpe
irmão, aqui fica o IC? — perguntei-lhe.
— Sim, aqui exactamente.
— Obrigadíssimo, irmão.
Neste
momento, a porta abriu-se e vimos o Pr. Costa com o seu habitual sorriso.
— Surpresa…surpresa!
— Olá, entrem…entrem — respondeu o professor.
Na entrada, saudámo-lo e entrámos
no IC. Era um lugar com grande esplendor: a biblioteca e o escritório do
professor. Estivemos felizes, o Mustafa e eu, pela visita ao professor e ao IC.
Seguidamente, o professor apresentou-nos a uma jovem luso-marroquina – esqueci do
seu nome – que trabalha numa associação de negócios e que fala bem o português.
Depois, tirámos uma foto na biblioteca antes do regresso a Rabat e às aulas de História.
Foi um dia agradável. Tomámos o comboio das 12h30… E assim é a vida!
Rabat
em 03/12/11
00h24min
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