sábado, 25 de fevereiro de 2012

Na procura da “rue Paris”


                 
« Good bay…See you later » Assim foram as últimas palavras do professor de inglês, antes da sua despedida. Eram 14h30min da tarde, saímos da faculdade o Mustafa e eu para a residência dele. Como já estava há muito tempo sem visitar a minha tia Khadija, que mora em Casablanca, pensei ir naquela tarde a Casablanca. No caminho, comuniquei com o Mustafa a ideia de acompanhar-me a Casablanca.
Casablanca…deixa-me ver! Sim, claro, quero acompanhar-te — respondeu o Mustafa.
De verdade! Queres ir comigo?
Claro hombre! — respondeu em espanhol, com voz firme.
Vale, mas antes é preciso que vá a minha casa para mudar de roupa.
Não, não podes Hicham! Não temos tempo.
Vá embora!
Não terminámos a conversação, porque chegámos na porta da habitação do Mustafa. Na sua habitação encontrei-me com o irmão dele, que chama Miloud; é um simpático jovem. Saudamo-lo com muito carinho. Depois, pedi ao Mustafa para procurar a morada do Instituto Camões em Casablanca para visitar o nosso Pr. J.N.C[1]. Copiámo-la, numa folha branca, com rapidez quando percebemos que já era o momento de partir.
Na chegada a Casablanca, buscámos um “grande táxi”[2] para ir ao bairro Molay Rachid, onde mora a minha tia. Receberam-nos com muito carinho, quando chegámos. Depois da saudação, comecei a falar com a minha tia sobre os meus estudos e da família. De repente, percebi que estava a falar em Tamazight (a minha língua materna), que vergonha! Que falta de respeito pelo meu caríssimo amigo Mustafa.
Ohhh...desculpa querido amigo, que falta de respeito! Desculpa-me!
— Não, não faz mal, Hicham, é uma coisa normal — respondeu em português.
Seguidamente, jantámos com o meu primo Raduan. Depois, agradeci a minha tia por aquele delicioso jantar e fomos diretamente dormir. Na manhã seguinte, depois de tomar o pequeno-almoço, partimos a explorar o centro da cidade – que era desconhecida por nós - e fazer um pouco de turismo.


Para onde queres que nós vamos?
Para longe! — respondi sorrindo. Vamos tomar o autocarro N°40 até Al-mdina — Ok, vamos, ali procuramos onde fica “IC[3], a rua Paris, edifício n°48, Casablanca”. Assim indica a morada copiada na Net.
Como não conhecíamos muito bem a cidade, perguntámos a todas as pessoas que encontrámos no caminho sobre o IC. Mas a totalidade não sabia que há um centro cultural português em Casablanca – toda a gente perguntada foi muito simpática, não vou esquecer.
 Onde fica o IC, se faz o favor?
 — O IC…IC desculpe mas não o conheço! — respondeu uma jovem.
Depois das idas e voltas na rua Paris, encontrei-me com um carteiro que nos ajudou a aproximar-nos do IC. Segui as instruções do jovem sem falhar nem um minuto; Wow!... Wow! Estivemos à volta do IC, mas ninguém o viu. Por fim, o edifício n°48.
Mustafa… vem cá. Ali está a bandeira portuguesa. Subimos as escadas?
— Claro, vamos — respondeu o Mustafa com firmeza.
Encontrámos o IC no 2° andar e batemos à grande porta sem resposta. De repente, um jovem subiu as escadas e bateu à pequena porta que está na esquerda.
      Desculpe irmão, aqui fica o IC? — perguntei-lhe.
Sim, aqui exactamente.
— Obrigadíssimo, irmão.
Neste momento, a porta abriu-se e vimos o Pr. Costa com o seu habitual sorriso.
Surpresa…surpresa!
— Olá, entrem…entrem — respondeu o professor.
Na entrada, saudámo-lo e entrámos no IC. Era um lugar com grande esplendor: a biblioteca e o escritório do professor. Estivemos felizes, o Mustafa e eu, pela visita ao professor e ao IC. Seguidamente, o professor apresentou-nos a uma jovem luso-marroquina – esqueci do seu nome – que trabalha numa associação de negócios e que fala bem o português. Depois, tirámos uma foto na biblioteca antes do regresso a Rabat e às aulas de História. Foi um dia agradável. Tomámos o comboio das 12h30…  E assim é a vida!     

            Rabat em 03/12/11
                   00h24min


[1] Nome completo : João NOGUEIRA da COSTA. Gostei da abreviação do nome, por isso pu-la no texto.
[2] Em dialecto marroquino utiliza-se para referir a um meio de transporte, de cor branco, muito popular em Marrocos.
[3] Abreviação de “Instituto de Camões

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